29 de setembro de 2009

Parabens Mafalda!


Mafalda surgiu pela primeira vez a 29 de Setembro de 1964 nas páginas do semanário argentino Primera Plana. Joaquin Lavado (Quino) imaginou Mafalda para um anúncio publicitário a uma marca de electrodomésticos, no qual lhe pediram que desenhasse a história de uma família típica da classe média.

A banda desenhada não chegou a ser publicada, mas Quino recuperou a personagem Mafalda quando o convidaram para publicar no Primera Plana, na altura um jornal que procurava fazer uma reflexão crítica da actualidade argentina e internacional.

À primeira vista, Mafalda podia ser uma menina de seis anos, reguila, desafiadora e descarada, mas depressa se percebeu que da sua boca, dos balões que Quino preenchia, saíam comentários mordazes e pertinentes sobre a ordem do mundo, a luta de classes, o capitalismo e o comunismo, mas também, de forma mais subtil, sobre a situação política e social argentina.

Era a Mafalda, a contestatária e insatisfeita, "uma heroína zangada que recusa o mundo tal como ele é", descreveu Umberto Eco em 1969, num prefácio a um dos álbuns que Quino dedicou à personagem. A par da atitude de adulto mas com o desarmante discurso de uma criança, Mafalda tinha essa mesma condição de menina, que detestava sopa, adorava os Beatles, não compreendia a guerra no Vietname e tinha monólogos preocupados em frente a um globo terrestre.

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